Foram debatidos fabricação estadual de insumos agrícolas e a redução da dependência de importação, além da infraestrutura logística
O deputado estadual Paparico Bacchi, autor do projeto de Lei Estadual de Fertilizantes que tramita na Assembleia Legislativa e liderança consolidada no setor agroindustrial gaúcho, cumpriu na segunda-feira (29) uma agenda estratégica no Ministério da Agricultura, em Brasília. Na reunião, estiveram presentes José Carlos Polidoro, pesquisador da Embrapa e assessor do Ministério da Agricultura, o vereador Marcos Mattos, de Panambi, que acompanhou o parlamentar, e o consultor Sidiney Sousa, que participou por ligação.
Foram debatidos a produção estadual de fertilizantes, a redução da dependência de insumos importados e a infraestrutura logística — com destaque para o porto seco de Erechim, considerado estratégico para a competitividade industrial da região.
O parlamentar gaúcho destacou os desafios enfrentados pelos produtores rurais, muitos endividados devido ao alto custo dos fertilizantes. “A cada mil agricultores, 980 estão endividados, enfrentando grandes dívidas nos bancos. Embora catástrofes climáticas, como estiagens, impactem nossa produção, o alto custo dos fertilizantes é um dos maiores desafios do setor. Sem incentivo à produção local, o setor agrícola gaúcho permanece vulnerável”, identificou.
O projeto de lei estadual cria um ambiente regulatório seguro, oferece incentivos a novos investimentos e simplifica processos, fortalecendo toda a cadeia produtiva. “Nossa lei é fundamental para que o estado utilize plenamente sua matéria-prima, capacidade industrial e conhecimento técnico”, afirmou o deputado.
Polidoro reforçou o potencial do Rio Grande do Sul: “O estado possui recursos naturais, conhecimento técnico e experiência industrial para reduzir a dependência de importações, gerar empregos e aumentar a competitividade do agronegócio”, apontou.
A agenda confirmou também audiência pública marcada para o final de outubro, reunindo produtores, especialistas e representantes do setor.
Porto Seco de Erechim
O porto seco de Erechim foi tratado como instrumento logístico estratégico para agilizar importações e exportações, fracionar produtos, reduzir custos e flexibilizar processos para pequenas e médias empresas. O deputado ressaltou que Erechim, a sétima cidade mais industrializada do estado, possui setor metalmecânico robusto e empresas que há anos demandam o terminal.
O consultor Sidiney Sousa reforçou a importância do projeto. “A implantação do porto seco trará benefícios diretos à arrecadação municipal e à eficiência logística, sendo estratégico para a competitividade do Rio Grande do Sul. Ele integra processos aduaneiros, reduz burocracia e consolida a região como polo industrial de referência nacional”, disse.
Durante a reunião, foram discutidos os próximos passos para a implantação do porto seco, como estudo de viabilidade, envio de ofício de interesse do município e abertura de processo na Receita Federal. O parlamentar ainda apontou que vai protocolar um requerimento na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa para a realização de uma audiência pública em Erechim nos próximos meses, destacando a importância logística e econômica do terminal para a região.
O parlamentar reforçou a importância do projeto. “É fundamental reduzir os custos logísticos, que aumentam quando os navios ficam com as cargas paradas em filas nos portos. O porto seco vai permitir que nossas empresas e produtores gaúchos tenham mais eficiência, menos burocracia e menor custo final, garantindo que possamos competir não apenas na região, mas em todo o país e internacionalmente”, completou.