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Mercado espera alta da Selic para 14,25%, maior nível desde 2016

Publicada em: 19/03/2025 09:06 - Economia

Decisão do Banco Central nesta semana será acompanhada de perto pelos investidores


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (18) sua reunião de dois dias para definir a nova taxa básica de juros do país. A expectativa do mercado é de que a Selic suba um ponto percentual, alcançando 14,25% ao ano. Caso a projeção se confirme, este será o maior patamar desde 2016, quando os juros permaneceram nesse nível entre julho de 2015 e agosto do ano seguinte.

Embora a elevação da Selic já esteja precificada pelos agentes financeiros, a atenção dos investidores se voltará para o comunicado do Copom. O mercado aguarda sinais sobre os próximos passos da política monetária, especialmente diante de um cenário econômico com inflação resiliente e desafios no crescimento do país. Uma pesquisa do BTG Pactual mostrou divisão entre analistas sobre o tom que o Banco Central deve adotar: 38% defendem um comunicado sem indicação explícita para a próxima reunião, enquanto outra parcela sugere que o Copom sinalize uma possível redução no ritmo de alta dos juros.

O principal fator que motiva a postura cautelosa do BC é a inflação persistente. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 1,31% em fevereiro, registrando a maior alta para o mês desde 2003. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,06%, acima dos 4,56% registrados até janeiro. Diante disso, algumas instituições financeiras, como o UBS, acreditam que o Copom pode manter o tom rígido e promover uma nova alta na taxa de juros na reunião de maio.

A atividade econômica também segue no radar do Banco Central. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,4% em 2024, impulsionado por gastos do governo, mas economistas alertam que esse crescimento pode não ser sustentável. O Copom tem indicado preocupação com o fato de a economia estar operando acima de sua capacidade, o que pressiona ainda mais os preços e dificulta um eventual corte de juros.

Diante desse contexto, analistas esperam que o Copom adote uma postura firme em seu comunicado, reforçando o compromisso com a estabilidade econômica. Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o BC deve manter o tom duro das últimas reuniões, enfatizando a necessidade de um controle rigoroso sobre a inflação e as expectativas do mercado.


Por Redação AUPublicado em  19/03/2025

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