presidente da ACCS avalia resultados de 2024 e comenta sobre o cenário para o próximo ano.


O ano de 2024 tem sido extremamente positivo para os suinocultores, com uma recuperação que vem dando novo fôlego a um setor fundamental para a economia de Santa Catarina e do Brasil. A suinocultura, que durante os últimos três anos enfrentou dificuldades, viu uma melhora significativa a partir do primeiro trimestre deste ano, com aumento nos preços do suíno e redução no custo de produção, o que resultou em maior rentabilidade para os produtores.

De acordo com estimativas das bolsas de Santa Catarina, como a ACCS e a de Braço do Norte, o custo ajustado da produção ficou em torno de R$ 6 por quilo, enquanto o preço de comercialização alcançou R$ 6,94 por quilo, proporcionando uma margem favorável e renovando as esperanças dos produtores, especialmente os independentes. “Acreditamos que, finalmente, conseguimos retomar a rentabilidade e permitir que nossos produtores sigam com confiança em sua atividade”, afirmou o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi.

Santa Catarina, reconhecida por sua excelência na suinocultura, mantém-se como o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, respondendo por 55% das exportações nacionais. Isso reflete não apenas a alta qualidade de sua produção, mas também sua posição estratégica no comércio internacional, destacando-se como um dos principais fornecedores para mercados exigentes ao redor do mundo.

Além da forte presença no mercado externo, o aumento do consumo interno também contribuiu para o bom momento da suinocultura. A diversificação dos cortes de carne suína, além de campanhas publicitárias e ações de mídia, ajudaram a fortalecer a imagem da carne suína como uma opção nutritiva e acessível para os consumidores brasileiros.

No entanto, o ano não foi isento de desafios. A perda de participação no mercado chinês, que reduziu suas importações de carne suína do Brasil em 75.500 toneladas entre janeiro e novembro de 2024, impactou inicialmente as vendas. Porém, o Brasil conseguiu compensar essa queda com a abertura de novos mercados. Filipinas, por exemplo, tornou-se o maior importador de carne suína brasileira, e o Japão dobrou suas importações, consolidando-se como outro mercado importante. Além disso, os Estados Unidos continuam comprando exclusivamente de Santa Catarina.

Outro fator positivo para os produtores foi a valorização do dólar, que, embora tenha sido impulsionada pela desvalorização do real, proporcionou um aumento no faturamento das empresas exportadoras. De janeiro a novembro, o Brasil exportou 94 mil toneladas a mais de carne suína em comparação com o ano anterior, com Santa Catarina liderando esse crescimento, com um aumento de 54 mil toneladas em suas exportações. Isso reafirma o diferencial competitivo do estado, que tem se destacado pela qualidade e biosseguridade em sua produção.

Apesar do cenário favorável, os desafios persistem. A principal preocupação contínua sendo a manutenção da sanidade do rebanho, especialmente em um cenário global com constantes ameaças sanitárias. A Associação Catarinense de Criadores de Suínos destaca que, embora o setor esteja indo bem, é essencial garantir que a produção continue sem intercorrências, protegendo a saúde animal e a reputação do estado. Além disso, a busca por novas formas de profissionalização e a implementação de práticas de bem-estar animal são prioridades para o futuro da suinocultura catarinense.

O olhar para 2025 é otimista, com a expectativa de que o bom desempenho do setor se mantenha, considerando que a produção já está assegurada para o próximo ciclo. O trabalho contínuo, em conjunto com cooperativas, indústrias e governo, será fundamental para superar os desafios e manter a pujança do setor.

Santa Catarina, com sua produção eficiente e de qualidade, segue mostrando ao Brasil e ao mundo sua força no agronegócio, garantindo, assim, uma posição de destaque no cenário internacional. A Associação Catarinense de Criadores de Suínos segue comprometida em apoiar os produtores, visando a sustentabilidade e o crescimento contínuo da suinocultura no estado.


Por Rafael Martini/ Radio Rural 
23/12/2024 às 08h30