Ato reuniu apoiadores na manhã de domingo(REPRODUÇÃO/YOUTUBE - 21.04.2024/REPRODUÇÃO/YOUTUBE - 21.04.2024)


Bolsonaro não fez nenhum pedido para manifestantes evitassem levar cartazes com ataques a ministros do STF



Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em Copacabana na manhã deste domingo (21) em manifestação de apoio ao ex-presidente. Com participação de parlamentares e governadores, o evento foi anunciado em vídeo publicado nas redes sociais dele durante a semana.

“Falamos também sobre a maior fake news da história do Brasil que está resumindo hoje na minuta do golpe. Convido todos vocês, em especial, cariocas e fluminenses. Vamos lutar pela nossa democracia e nossa liberdade”, disse Bolsonaro, na gravação.

Diferentemente da convocação para a manifestação anterior, em São Paulo, em 25 de fevereiro, Bolsonaro não fez nenhum pedido para que seus apoiadores evitassem levar cartazes com ataques a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Na capital paulista, o ex-presidente se declarou perseguido e pediu anistia a golpistas que participaram do ataque à Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Ele também negou liderar uma articulação golpista após a derrota nas eleições de 2022.

Bolsonaro, generais das Forças Armadas e ex-ministros de Estado estão sob investigação da PF (Polícia Federal) por uma tentativa de golpe. Segundo as apurações, foi planejado anular o resultado das eleições de 2022.

Nessa quinta (18), a defesa de Bolsonaro apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal), representada pelo partido Progressistas, um pedido para anular a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF em fevereiro após ordem do ministro Alexandre de Moraes, na qual corporação investiga a suposta organização de um golpe de Estado em 2022 em prol do candidato derrotado e ex-presidente, com a participação de ex-assessores, militares e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

O ex-presidente enfatizou que, na sua concepção, um golpe envolveria tanques nas ruas, armas e conspirações, o que não foi observado no Brasil. “É o Parlamento quem decide se o presidente pode ou não editar decreto de estado de sítio. O da defesa é semelhante. Ou seja, agora querem entubar em todos os nós um golpe usando dispositivos da Constituição cuja palavra final quem dá é o Parlamento”, alegou Bolsonaro.

As investigações da PF apontam que o PL, partido do ex-presidente, foi “instrumentalizado” para financiar e comandar a estrutura de apoio à suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a PF, 16 militares são investigados por pelo menos três formas de atuação.

A primeira é a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à segurança das eleições de 2022 para estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas. O segundo ponto de atuação dos militares investigados pela PF seria de apoio às ações golpistas, reuniões e planejamento para manter os atos em frente aos quartéis, incluindo mobilização, logística e financiamento para auxiliar os manifestantes.

Havia ainda o “Núcleo de Inteligência Paralela”, que seria formado pelos militares Augusto Heleno, Marcelo Camara e Mauro Cid. Eles fariam a coleta de dados e informações que auxiliassem a tomada de decisões do então presidente da República na consumação do golpe. Bolsonaro teria pressionado os ministros do governo, durante reunião realizada em 5 de julho de 2022, para que promovessem e replicassem “desinformações e notícias fraudulentas” quanto à confiança do sistema eleitoral brasileiro, revela o processo.



Giovanna Inoue, do R7, em Brasília