Takeda/Divulgação


Neste primeiro momento, a Qdenga será aplicada apenas na rede privada. O valor de cada dose deve ficar entre R$ 300 e R$ 402



Uma nova vacina contra a dengue estará disponível no Brasil a partir da semana que vem, segundo a ABCVAC (Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas).

A Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, é o primeiro imunizante liberado no País para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.

Neste primeiro momento, a Qdenga será aplicada apenas na rede privada, como clínicas, laboratórios e farmácias. O valor de cada dose deve ficar entre R$ 301,27 e R$ 402,05. O preço foi tabelado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.

“As clínicas devem utilizar esse parâmetro na composição da sua precificação final, que também inclui o atendimento, a triagem, a análise da caderneta de vacinação, as orientações pré e pós-vacina, além de todo o suporte que os pacientes necessitam para se informar corretamente sobre a questão da vacinação”, afirmou a ABCVAC.

O registro da Qdenga foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março. De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos; é aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações; é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da dengue. O imunizante também pode ser aplicado em quem já teve a doença.

Portanto, não há distinção entre quem teve ou não a dengue, desde que esteja dentro da faixa etária estipulada pela agência reguladora para aplicação das doses.

Até então, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. O imunizante é recomendado somente para quem já foi infectado com o vírus da doença. Essa vacina protege contra uma possível segunda infecção, que, no caso da dengue, pode se manifestar de forma mais agressiva e levar à morte.

Ainda não há prazo para que a Qdenga seja disponibilizada na rede pública de saúde. A liberação depende da aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS , órgão que assessora o Ministério da Saúde na tomada de decisões desse tipo.

Vacina do Butantan

O Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue: a Butantan-DV. Os trabalhos começaram há mais de dez anos e, agora, entraram na reta final.

Nos ensaios clínicos de fase 3, o imunizante mostrou uma eficácia de 79,6% para evitar a doença. O estudo seguirá até todos os voluntários completarem cinco anos de acompanhamento, em 2024. A partir daí, o imunizante poderá ser submetido para aprovação da Anvisa.


Redação O Sul
por Redação O Sul
22/06/2023 09:17