Nesta quarta-feira, dia 14, instituição que tem dívida de R$ 19 milhões estava lotada não havendo vagas para internações e UTIs disponíveis.

O diretor do Hospital Santa Terezinha, Jackson Arpini, participou na manhã desta quarta-feira, dia 14, do podcast matinal do AU Online (Repórter AU), onde falou sobre a grave situação que a entidade está enfrentando. Com um déficit financeiro de R$ 19 milhões, os primeiros dias de frio mais intenso de 2023 já superlotaram o atendimento do maior hospital da região do Alto Uruguai.

Conforme o gestor, nesta quarta-feira, já não haviam mais quartos para internações e oito pessoas aguardavam vagas nas salas de observação da emergência. Mesmo aumentando o número de leitos de UTI, também não há mais vagas disponíveis. As 20 unidades adultas estão ocupadas, na pediátrica que conta com 10 unidades, estão internadas 11 crianças, uma delas usa equipamentos que ficam como reserva, em caso de pane, para poder prestar atendimento a todos.

Causas do problema

Jackson Arpini, explicou que a situação vem sendo causada por uma série de fatores, o primeira deles, a defasagem da tabela Sistema Único de Saúde (SUS), que paga apenas R$ 10 a entidade por uma consulta especializada, todo o restante do valor precisa ser bancado pela entidade, através de recursos Governo do Estado, emendas federais e das prefeituras de Erechim e do Alto Uruguai Gaúcho através de parcerias intermediadas pela AMAU.

Outro fator, seria a busca por atendimentos não urgentes no plantão do hospital, situações que poderiam ser resolvidas diretamente nas Unidades Básicas de Saúde, mas que por costume a população busca o Santa Terezinha.

Um terceiro fator, seria a vinda de mais pessoas oriundas de planos de saúde, que após a pandemia perderam seus empregos e não conseguiram manter o serviço que teve elevação de tarifas.

Números impressionantes

Dados apresentados pelo gestor durante a entrevista também mostraram que em 2022, o Santa Terezinha, realizou mais de 276 mil atendimentos, quase 3 vezes a população de Erechim. Foram mais de 9 mil procedimentos, uma média de 30 a 40 por dia. Sendo 79 mil atendimentos realizados no Pronto Socorro de Urgência e Emergência, 12 mil internações por mês, 659 mil exames hospitalizares e mais de 20 mil consultas especializadas.

Situação parecida em outros locais

Ainda de acordo com Arpini, a situação de Erechim é parecida com a de outros hospitais também regionais em todo o Rio Grande do Sul, por isso, ele disse que o governo estadual estuda medidas mais enérgicas para conseguir atender toda a população que busca o sistema público de saúde.

Novo Hospital

Questionado sobre a possibilidade de ampliação das vagas de atendimento a comunidade, Arpini, destacou que é possível, mas isso dependerá também da capacidade financeira da instituição. Além disso a obra avaliada em R$ 30 milhões ser bancada com emendas da bancada federal, já que o município de Erechim, não tem condições financeiras, segundo administrador.

Assista logo abaixo a entrevista completa:

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