Investigadores intervieram na floresta de Shakahola após denúncia que mostrava a existência de possível vala comum no local
As autoridades do Quênia confirmaram nesta segunda-feira (24) que encontraram 58 corpos de pessoas suspeitas de integrar uma seita que incentivava os seguidores a jejuar. O número inclui "os corpos exumados e os que morreram a caminho do hospital", afirmou o chefe da polícia Japhet Koome
* Estagiária do R7, sob supervisão de Fabíola Glenia
No dia 14 de abril, os investigadores estiveram na floresta de Shakahola, perto da cidade costeira de Malini, após uma denúncia que sugeria a existência de uma possível vala comum. No local, foram encontrados os restos mortais de quatro membros da seita, e 11 pessoas, 7 homens e 4 mulheres, com idade entre 17 e 49 anos, foram resgatadas e hospitalizadas
Os demais corpos foram localizados ao longo dos últimos três dias, mas os policiais acreditam que ainda devem encontrar mais vítimas na mata onde se reuniam os membros da seita. Vários integrantes continuam escondidos no local, embora 29 pessoas já tenham sido resgatadas, segundo Koome
Uma mulher foi encontrada no último domingo (23) pelas autoridades com os olhos esbugalhados e se negou a ingerir alimentos, antes de ser levada em uma ambulância. A vítima "recusou absolutamente os primeiros socorros e fechou a boca com força, negando-se a comer, e quis continuar seu jejum até a morte", declarou à AFP Hussein Khalid, membro da organização Haki Africa, que alertou a polícia sobre as atividades da seita
"Pedimos ao governo nacional que envie tropas ao terreno para que possamos ir ao interior a fim de socorrer as vítimas que continuam jejuando até a morte", acrescentou Khalid. Homens vestidos com uniforme branco e máscara continuam escavando a terra em busca de outros corpos, constatou um jornalista da AFP
De acordo com a mídia local, o líder da seita, Makenzie Nthenge, havia sido detido e indiciado no mês passado, depois que duas crianças morreram de fome enquanto estavam sendo cuidadas pelos pais, seguidores do líder. No entanto, ele pagou uma fiança de 100 mil xelins quenianos (R$ 3.728) e foi liberado
Nthenge se entregou à polícia e está detido desde 15 de abril. Ele comparecerá a uma audiência com o juiz em 2 de maio. Segundo a imprensa local, seis seguidores dele também foram presos