Conforme o MP, a adolescente morreu com um tiro na cabeça. Em caso de condenação, a pena pode ser agravada pelo fato de o crime ter sido contra uma descendente.
Um homem, suspeito de matar a própria filha adolescente com um tiro na cabeça para obter vantagens financeiras, no município de Cerro Negro, na região Serrana de Santa Catarina, foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Conforme o MPSC, a Promotoria de Justiça quer que ele seja julgado e condenado por homicídio triplamente qualificado (feminicídio, motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima). Em caso de condenação, a pena pode ser agravada pelo fato de o crime ter sido praticado contra uma descendente.
O crime aconteceu em 16 de maio de 2022, na casa da vítima, localizada às margens da rodovia SC-390. Segundo consta a denúncia, o réu foi até o local de moto e matou a filha com um tiro a curta distância, na região da nuca. “O disparo atingiu a cabeça, causando traumatismo craniano encefálico, que foi a causa da morte, sem que a adolescente tivesse nenhuma chance de defesa”, narra a denúncia do MPSC.
Motivação
Ainda segundo a denúncia, o crime foi motivado por questões financeiras, pois o homem morava em uma propriedade rural que havia sido herdada pela filha praticamente em sua totalidade. Assim, ele sabia que poderia telá-la por completo com a morte, ou perdê-la quando a vítima atingisse a maioridade civil e pudesse usufruir legalmente do patrimônio.
A Promotora de Justiça da Comarca de Campo Belo do Sul, Raíza Alves Rezende, já solicitou que a Justiça decrete cautelarmente a proibição de qualquer negociação envolvendo o imóvel, até que todo o processo seja concluído.
O suspeito pelo crime está preso preventivamente há duas semanas, a pedido do MPSC, aguardando o desenrolar do processo. “O caso é complexo e a investigação perdurou por diversos meses a fim de que todas as provas necessárias à autoria fossem colhidas. Nesse momento, está evidenciado que o réu tirou a vida da própria filha por ganância, e o objetivo do Ministério Público é levá-lo ao banco dos réus, para que seja julgado pelos seus pares por esse crime brutal”, diz a Promotora de Justiça.