Condenada há mais de 30 anos pela morte do filho, Alexandra não responderá pelo homicídio do ex-companheiro pois o crime prescreveu
A Polícia Civil concluiu, nesta quinta-feira (13), que Alexandra Dougokenski foi responsável pela morte do seu então companheiro José Dougokenski, em 2007, na área rural de Farroupilha, na Serra Gaúcha. Condenada, em janeiro, há 30 anos e dois meses de prisão pela morte do filho, ela não será indiciada pelo homicídio do ex-marido pois, em 2017, o crime prescreveu.
A investigação inicial concluiu, no mesmo ano do fato, que José havia tirado a própria vida. O caso foi desarquivado, no entanto, no último dia 19 de janeiro, após desdobramentos do inquérito sobre a morte do filho de Alexandra, Rafael Mateus Winques, de 12 anos, morto por asfixia, em Planalto, no Norte do Estado, em 2020.
Conforme o delegado Éderson Bilhan, desde a reabertura da investigação, 13 testemunhas foram inquiridas e novas diligencias foram feitas no local onde o fato ocorreu. Houve ainda, segundo ele, o “extenso e detalhado” interrogatório da investigada, além da requisição de um novo laudo pericial, a partir da novas evidências apuradas.
Ainda segundo o policial, há similaridades do caso com a morte do menino Rafael, como os tipos de corda e nós utilizados. Os horários dos fatos, ambos ocorridos de madrugada aponta o delegado, também são similares. Não obstante os indícios de autoria há indicativos de que o fato esteja prescrito.
Relembre o caso
José foi encontrado morto dentro do quarto, em fevereiro de 2007, na Zona Rural de Farroupilha. Alexandra contou à polícia que escutou barulhos e encontrou o corpo dele já sem vida, preso em uma corda que foi amarrada em uma viga no teto.
Na época, os laudos do IGP (Instituto-Geral de Perícias) atestaram que José estava embriagado e concluíram que foi suicídio. Mas a família do agricultor teve dúvidas desde o velório.
Ao saber do envolvimento de Alexandra na morte de Rafael, em que também foi usada uma corda, a família do agricultor resolveu procurar uma advogada. Então, foi contratado um perito particular, que chegou a uma conclusão diferente.
‘”O estado de embriaguez que ele apresentava limita o seu raciocínio especificamente para tirar a sua própria vida e mais ainda procurar um elemento de sustentação, da suposta corda, da corda utilizada pra morte, e amarrá-la em um lugar que ele precisaria analisar antecipadamente, procurar antecipadamente onde estava a viga, tirar a madeira do forro, e posteriormente fazer nós que possam sustentar o peso dele e efetuar a suspensão. Eu não tenho dúvida que isso foi um homicídio'”, sustenta o perito criminalístico Eduardo Llanos.