Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Paulo de Tarso Sanseverino

GIL FERREIRA/AGÊNCIA CNJ - 26.3.2015


Ele estava internado para tratamento de câncer e deixa esposa e dois filhos; colegas lamentaram morte


O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Vieira Sanseverino morreu, neste sábado (8), em Porto Alegre (RS). Sanseverino tinha 63 anos e estava internado no Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha, para tratar um câncer.

Ele era ministro da Corte desde agosto de 2010 e atuava também como ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia pouco mais de um ano. Sanseverino deixa a esposa e dois filhos. O velório será no domingo (9), no Cemitério São José, em Porto Alegre.

Ele atuou durante as eleições do ano passado e julgou pedidos encaminhados pelas campanhas dos então candidatos à presidência Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do STJ, homenageou o colega. "A Justiça brasileira perde um de seus mais brilhantes e dedicados operadores. Ele teve uma carreira admirável, e seu legado como jurista, magistrado e professor é uma inspiração. Ele deixa um exemplo de integridade, de amor à família, de amizade, de seriedade profissional e de preocupação verdadeira com a justiça em seu sentido mais profundo", escreveu a ministra.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, também lamentou a morte de Sanseverino. "O querido colega, que há mais de 12 anos atuou de forma brilhante no STJ, compartilhou conosco muitas de suas virtudes, como a retidão, empatia e extremo zelo pelo país. A Justiça brasileira é testemunha da competência e grandiosidade do nosso colega. Em nome da Justiça Eleitoral, expresso profundo pesar e solidariedade aos familiares e amigos do grande magistrado, que tanto honrou a Justiça brasileira."

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), desembargador Roberval Casemiro Belinati, também manifestou pesar pela morte de Sanseverino. "O ministro, pessoa de notável conhecimento jurídico, foi um grande incentivador do sistema de gestão de precedentes como forma de fortalecer a jurisprudência dos tribunais. Sua morte é uma perda inestimável para toda a comunidade jurídica", escreveu Belinati.

Carreira

Bacharel em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do seu estado, Sanseverino se tornou promotor de justiça em 1984, após ser aprovado em primeiro lugar no concurso público, e, em 1986, começou a trajetória como juiz de direito. Tomou posse como desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) em 1999.

O ministro também era professor de direito na graduação e na pós-graduação, em diversas instituições de ensino superior. Era mestre e doutor na área cível pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).



  • Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília