Foto: PC / Divulgação / CP


Grupo também está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro e ainda no roubo e clonagem de veículos.


A Polícia Civil impediu o plano de uma organização criminosa de roubar as armas de fogo apreendidas e recolhidas no Instituto-Geral de Perícias (IGP) em Porto Alegre. O grupo também está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro e ainda no roubo e clonagem de veículos. O líder é ligado a crimes patrimoniais violentos praticados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, como assalto a banco, transporte de valores, sequestros e roubo a empresas de logística, entre outros.


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Ao amanhecer desta terça-feira, a 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos (1ª DR) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) deflagrou a operação Dulcis, sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em São Leopoldo, Canoas, Taquara e Torres, além de Canoinhas (SC), Tubarão (SC), São Mateus do Sul (PR), Santo André (SP), Itaquaquecetuba (SP), Praia Grande (SP), Araçariguama (SP) e Ribeirão Preto (SP).

A investigação é coordenada pelo titular da 1ª DR, delegado João Paulo de Abreu. A partir dos dados coletados na operação Sapatinho, em 2020, relacionada à repressão de crimes de roubos a estabelecimentos bancários, os agentes descobriram que, ao menos, “três conhecidos indivíduos planejavam roubar armas de fogo, que estariam apreendidas pelo poder público, esperando por perícias, junto ao IGP”.

“Em data mais recente, através de meios de produção de provas, ratificaram-se esse informes, visto que foi possível confirmar que o próprio líder do grupo estava já reunindo informações para a prática criminosa. A pretensão era de roubar pistolas e fuzis, custodiadas pelo IGP e aguardando a realização de exames ou já custodiadas como prova”, afirmou o delegado João Paulo de Abreu.

O líder da organização criminosa, de 33 anos, vulgo Doce, Docinho ou Grandão, tem sido monitorado pelos policiais civis. Em 2019, ele havia passado para condição de foragido da Justiça. Em setembro daquele mesmo ano, o suspeito foi preso pela 1ª DR em Palhoça (SC), sendo recolhido documentos falsificados. Três meses depois, em dezembro, o indivíduo tornou-se novamente foragido.

Em maio de 2020, após inúmeras diligências, o criminoso foi capturado de novo e conduzido mais uma vez ao sistema prisional, mas atualmente encontra-se em liberdade. “O acesso a dados sigilosos também evidenciou, ao longo da investigação criminal, a vinculação do alvo em crimes de tráfico de drogas e a roubos de veículos, sendo esses últimos, por vezes enviados para fora do Brasil, como parte do pagamento de remessas de drogas, ratificando, portanto, uma série de condutas já imputadas ao líder da organização criminosa”, ressaltou o delegado João Paulo de Abreu.

Um desses vínculos criminosos seria o proprietário de um centro de desmanche de veículos em Taquara. “Informações sigilosas dão conta, em síntese, que a empresa seria de fachada e que a atuação da referida pessoa seria intensa no tráfico de drogas, enviando veículos roubados no RS para o Paraguai”, explicou.

O trabalho policial também apura a prática de crimes de lavagem de capitais, com emprego de “laranjas” para a ocultação e dissimulação do dinheiro ilícito. “Ao todo, são 15 pessoas físicas e jurídicas investigadas, sendo justamente 12 delas utilizadas, em princípio, para a ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores”, revelou. Os depósitos bancários feitos no RS tinham como destinos contas de supostas empresas no PR e SP.

Conforme o delegado Márcio Niederauer, responsável pelo Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE) da Polícia Civil, foi identificada a movimentação de aproximadamente R$ 44,2 milhões, por meio da análise das contas bancárias investigadas.


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De acordo com o titular da 1ª DR, o líder da organização criminosa já foi alvo da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo por comércio irregular de arma de fogo. O suspeito foi alvo inclusive da operação Paramount, em 2014, por uma série de roubos de veículos em várias cidades gaúchas e furto qualificado com explosivos em uma empresa têxtil de Sapucaia do Sul, em 2012. Ele também foi indiciado na operação Santa Fé-Brick, em 2013, por roubo de veículo, entre outros crimes.


Correio do Povo
por Correio do Povo
04/04/2023 10:18