Data escolhida foi considerada estranha pelas entidades por ser num período de recesso
Na primeira hora da manhã desta quinta-feira, 26, após o feriado de Natal, a prefeitura de Erechim realizou uma audiência pública na Câmara de Vereadores para ampliação do perímetro urbano. Esse é o início desta intenção por parte do Executivo.
A audiência foi comandada pelos secretários municipais, Mário Rossi (Obras Públicas) e Emerson Schelski (Desenvolvimento Econômico). A apresentação das mudanças foi feita por Renan Muller, diretor do IPUA-E (Instituto de Planejamento Urbano e Ambiental Sustentável de Erechim).
A motivação
Trata-se de uma proposição de alteração da Lei 4.729/2010, que versa sobre o perímetro urbano de Erechim, estimulado pela construção do novo distrito industrial para micro e pequenas empresas, numa área já adquirida pelo município e que está em estudo por uma empresa de Passo Fundo.
Quatro áreas
São quatro partes que se pretendem ampliar o perímetro urbano. A primeira próxima ao novo distrito. A segunda, logo após a Ervateira Cristalina, numa rua que será asfaltada (Júlio Anzanello) e será uma via de ligação ao Novo Distrito Industrial Giácomo Madalozzo, onde serão criadas áreas habitacionais, para os trabalhadores ficarem mais próximos de seus locais de trabalho. Outra área é na Linha São Marcos, num local onde já existem ocupações irregulares.
A motivação de dois eixos
O secretário Emerson Schelski relatou que dois destes eixos propostos para ampliação é em função de algumas empresas localizadas nesses locais, não conseguirem liberação de algumas atividades: “somos uma cidade em movimento, e precisamos estar atendo as necessidades dos empresários”, salientou.
Perguntas
Após a explanação inicial sobre as mudanças, foi aberto para perguntas, aos poucos presentes no plenário do Legislativo. A presidente do IAB – Núcleo Erechim, Taiana Puhl disse que “nós arquitetos, achamos um tanto estranho, terem agendado essa audiência pública, num período de recesso. Inclusive as entidades que estamos aqui representando, estão todas em recesso, muita gente viajando, em função das festas de fim de ano e férias. E não só as entidades, mas também a população em geral, com poucas pessoas aqui, para essa audiência, que tem como objetivo tornar pública as mudanças sugeridas para a melhoria de nossa cidade. Não somos contra, mas gostaria de questionar sobre infraestrutura, pois essas ampliações mexem muito com a dinâmica da cidade e temos um plano de mobilidade urbana feito há dois anos e está parado. E está sendo feito um estudo integrado a esse plano de mobilidade, principalmente relacionado ao transporte público, que é um grande problema de nosso município, que tem que ser pensado e repensado? ”
Respostas
O secretário Mário Rossi em resposta a presidente do IAB afirmou que conforme forem sendo implantadas as mudanças, com os novos loteamentos e ocupações irá se ampliar o transporte coletivo: “Já conversamos com a empresa para termos um cronograma. Sobre a mobilidade urbana, tem um comitê que discute e muitas coisas já foram feitas. Vejo que a mobilidade urbana é um dos próximos desafios da administração para a próxima gestão. E isso está previsto é uma prioridade a partir de 2025. Uma das maiores demandas que temos são lotes para pessoas de baixa renda, e essa ampliação irá permitir isso”, respondeu Mário Rossi.
Responsabilidade dos loteadores e pouca divulgação
A vereadora Sandra Picoli (PCdoB), sugeriu que se inclua no plano de diretor a responsabilidade dos loteadores a estrutura de saneamento para o tratamento futuro.
Mais alguns questionamentos foram feitos, entre eles sobre a pouca divulgação da audiência (nem a imprensa sabia), e a baixa representatividade em função disso, além da ausência da secretaria de Meio Ambiente. Também sobre a infraestrutura de outros loteamentos inacabados, que precisam ser melhor fiscalizadas.
Outros questionamentos e pedido de desculpas
Os questionamentos foram respondidos, e a partir de agora irá para a secretaria de Administração, após ao prefeito Paulo Polis que dará os encaminhamentos, até virar projeto de lei.
O secretário Mário Rossi pediu desculpas aos presentes pela data, que quando foi marcado, ninguém se deu conta do período: “Essa é uma discussão para se buscar um denominador comum que seja bom para Erechim”
