Estamos chegando a mais um final de ano, e o imbróglio entre o município de Erechim e a Corsan perdura. Desde 2016, e já se passaram mais de oito anos, e pela judicialização das licitações para contratar uma empresa para o serviço de saneamento básico (água e esgoto), não sai do papel. O serviço, que é essencial para a população está sendo realizado sem contrato.
Para conhecer o tema, tem que retornar para 1998
Mas para entender um pouco sobre essa história é preciso retornar para 1998, no Salão Nobre da prefeitura de Erechim. Nesse ano, que o prefeito era Luiz Francisco Schmidt, foi assinado um contrato de 10 anos com a companhia de saneamento. Até então não existia contrato.
O que dizia uma das cláusulas
Numa das cláusulas dizia, que um ano antes do término, o prefeito deveria enviar ofício para a Corsan, se tinha interesse ou não, de manter o serviço. Foi o que fez o prefeito da época, em 2007, Eloi João Zanella. Quando 2008 chegou, e o contrato terminou, Zanella optou, pela complexidade do tema, deixar para o prefeito que assumiria em 2009, buscar a melhor alternativa para o município.
Racionamento nas torneiras
Em 2009 assume o prefeito Paulo Polis, já com racionamento nas torneiras. Foram três em dez anos, e Zanella também passou por isso em seu mandato. Ao longo de oito anos de Polis, a exemplo de Schmidt e Zanella, tentou avançar. A principal ação foi a transposição do Rio Cravo, que impediu novos racionamentos. Mas sua utilização é finita, e o município precisa uma solução concreta para esse problema.
Edital suspenso
Em 2016, Polis lançou edital, mas posteriormente, após o resultado, foi suspenso pela Justiça. Em 2019, assumiu o novo prefeito, Luiz Francisco Schmidt, que buscou de todas as formas, com o novo marco regulatório, colocar o edital na rua. Mas uma vez o município foi vencido pelas ações judiciais, e o prefeito até cortou relações com a Corsan.
Novas ações judiciais
Em 2021, com uma questão judicial novamente em curso, assume Paulo Polis. Tentou relançar o edital, mas nesse meio tempo aconteceu a privatização da companhia. E cada tentativa, nova ação via judicial, agora com a Corsan e o Governo do Estado. Está acabando mais um mandato de Polis, e todo esse imbróglio ficará para os próximos anos de 2025 a 2028. Uma das discussões que se trava é o valor de indenização da companhia, que também pode participar da licitação.
Prioridade absoluta para o próximo mandato
Em recente entrevista, após a vitória, Polis afirmou na TV Bom Dia, que ao longo do próximo mandato, mais do que nunca, a questão saneamento básico, será uma prioridade de seu governo. Como se vê, os problemas não começaram em 2016, com o lançamento do edital, para contratar a empresa para gerir o serviço. E sim em 2008, quando acabou o contrato vigente.