Harris defendeu o governo Biden e apontou incoerências da relação de Trump com a Rússia

Apesar de disputa acirrada nas intenções de voto, democrata superou republicano com estratégia agressiva, deixando Trump desconfortável diante de tópicos sensíveis


Realizado pela ABC News, o primeiro debate entre os candidatos à presidência dos EUAKamala Harris e Donald Trump, acontecem na noite de ontem (10) e mostrou que o acirramento das intenções de voto é tão somente reflexo de uma disputa equilibrada — e estritamente antagônica no sentido ideológico — entre as propostas de ambos os candidatos, que representam o lado democrata e republicano, respectivamente.

O enfrentamento ocorreu na Pensinvânia, e Kamala Harris tinha a necessidade de se apresentar melhor ao eleitorado, uma vez que 28% dos eleitores afirmaram que precisavam conhecer mais sobre sua trajetória, enquanto apenas 9% expressaram a mesma necessidade em relação a Trump.

Durante o debate, o ex-presidente se mostrou defensivo e não conseguiu manter o foco, caindo em várias armadilhas retóricas. Partindo de uma retórica mais agressiva e combativa, Kamala disse que Trump foi “demitido” pelos eleitores americanos.

A fala fez alusão à participação do republicano no programa “O Aprendiz”, onde repetia a frase de forma contínua. “Donald Trump foi demitido por 81 milhões de pessoas.

Então, vamos deixar isso claro. E, claramente, ele está tendo muita dificuldade para processar isso”.

Além disso, Harris defendeu o governo Biden, apontou incoerências da relação de Trump com a Rússia, elevou a disputa diante do tema do aborto e descredibilizou a imagem de Trump diante da comunidade internacional.

“Não é preciso abandonar a fé ou crenças profundamente arraigadas para concordar que o governo e Donald Trump certamente não deveriam dizer a uma mulher o que fazer com seu corpo”, disse Harris sobre a questão feminina. Trump retrucou, dizendo que “os democratas são radicais” em relação a políticas de aborto.

O candidato republicano afirmou que o vice de Kamala, Tim Walz, apoia a “execução após o nascimento” e defendeu a proibição do aborto em gravidez de seis semanas.

Ao longo do debate, o republicano recorreu a teorias da conspiração e tentou relacionar a adversária ao marxismo. Trump chegou a afirmar que imigrantes comem “todos os pets” do lugar que estão. “É isso que está acontecendo no nosso país. Uma vergonha”.

A afirmação foi desmentida pelos mediadores. Quando o assunto foi política internacional, houve hesitação de Kamala a apoiar Israel, condenando a morte de palestinos inocentes. “A realidade é que tem sido sobre se posicionar como a América sempre deveria, como um líder que mantém regras e normas internacionais.

Como um líder que mostra força, entendendo que as alianças que temos ao redor do mundo dependem da nossa capacidade de cuidar dos nossos amigos e não favorecer nossos inimigos porque você adora homens fortes, em vez de se importar com a democracia. E é muito disso que está em jogo aqui”, completou Harris, quando comentou a questão da diplomacia.

Nas pesquisas eleitorais publicadas na última semana, a vantagem de Kamala Harris em relação a Donald Trump teve leve queda. Em alguns casos, a democrata aparece com poucos pontos à frente do republicano. Em outros, os dois estão empatados tecnicamente. Pesquisas analisam voto popular e não levam em consideração o sistema de colégio eleitoral.

Nos Estados Unidos, presidente e vice não são eleitos diretamente pelo voto dos cidadãos. Os eleitores, na realidade, escolhem os representantes do Colégio Eleitoral de seus respectivos estados. Um candidato precisa conquistar 270 dos 538 representantes (delegados) para ser eleito.

O número de representantes é proporcional à população e ao número de parlamentares de cada Estado. Dessa forma, o candidato que recebe a maioria dos votos populares não será necessariamente eleito.

*Reportagem produzida com auxílio de IA


  • Por Jovem Pan
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  • 11/09/2024 05h41