Governador do RS e o Presidente da Famurs, estão em Brasília com prefeitos gaúchos em busca de recomposição de orçamento após a tragédia climática.
Acompanhando os prefeitos gaúchos que marcham em Brasília na busca de recomposição de receitas após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) subiu o tom e criticou o governo federal durante audiência pública promovida pela Comissão Externa da sobre os Danos Causados pelas Enchentes no RS, nesta quarta-feira (3), no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
“O governo federal fez gestos importantes, mas não fez tudo e não fez o suficiente”, criticou Leite, após afirmar que “qualquer tipo de demanda, reclamação, crítica não pode ser entendida como oposição ao governo, assim como elogios não significam adesão”.
Leite acredita que os gaúchos precisam ‘gritar mais alto’ para verem seus pleitos atendidos pela União. “Têm várias demandas na pilha do presidente da República, do presidente da Câmara dos Deputados, dos ministros. E quem grita mais, quem demanda mais, quem bota mais pressão vira prioridade. Sobe na frente. Sem essa pressão, não vai acontecer”, afirmou.
O tucano esteve acompanhado de cerca de 400 gestores municipais do Estado, entre prefeitos e vice-prefeitos, que desde a terça-feira (2) estão em Brasília para pedir que os parlamentares do Congresso Nacional se somem à pressão ao Executivo federal para que mais recursos sejam enviados para o Rio Grande do Sul.
“Precisamos de apoio que não seja subordinado a burocracia, projetos, planos de trabalho. Subordinam a uma ordem burocrática que leva tempo, é custosa, sempre num cacoete que o nosso País tem, embora seja uma federação, de um estado unitário, em que o ente maior quer sempre tutelar o menor, desconfiando de como a coisa é feita, exigindo comprovações de tudo que é natureza”, discursou o governador diante de prefeitos e vices.
“Entra numa minúcia, numa discussão que fica infernal. Por isso, tem que colocar dinheiro na veia. Principalmente repor as perdas de arrecadação. Fundamentalmente, é isso. Repondo as perdas, os municípios têm condição de fazer com seus orçamentos a limpeza, a arrumação”, seguiu.
Leite criticou algumas medidas que, apesar de dizer serem importantes, vê como insuficientes. Como, por exemplo, a medida que permite que as prefeituras possam suspender sua cota de contribuição previdenciária de regime próprio até o final do ano. “Começa a ficar um monte de coisinha posta à mesa e, para nós, é muito objetivo o que precisa ser feito: reposição das perdas da arrecadação. É isso. Não adianta postergar isso, aquilo, tem que repor as perdas”, protestou.
A duas semanas do recesso parlamentar de inverno, que se inicia em 17 de julho e se estende até o final do mês, Leite apela a deputados e senadores do Congresso Nacional que se somem às demandas dos executivos gaúchos, que pressionem o Palácio do Planalto para que os pleitos sejam atendidos.