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Transporte de Lisboa ao Rio Grande do Sul é “contraproducente”, segundo a Força Aérea Brasileira.



Em arrecadação precipitada, a comunidade brasileira em Portugal e portugueses arrecadaram mais de 200 toneladas de doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Os donativos estão parados em galpões em Lisboa e no Porto, sem plano ou previsão de envio ao Brasil.

A ABC (Agência Brasileira de Cooperação) e o MPor (Ministério de Portos e Aeroportos) informam que estão articulando com a Força Aérea Portuguesa um plano logístico para levar as doações à população gaúcha.

Entretanto, nesse momento, a FAB (Força Aérea Brasileira) considera “contraproducente” o deslocamento de uma aeronave para Portugal com essa missão. O tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno explica que seriam necessárias cerca de 35 horas para o transporte, tempo que a FAB transporta 167 toneladas das 1.500 toneladas que já se encontram em bases no Brasil para a Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul.

“O volume transportado internamente pela FAB no mesmo período de tempo é mais que oito vezes maior do que aquele que virá de Portugal”, afirma. A embaixada brasileira em Lisboa e os consulados brasileiros de Porto e Faro afirmam que estão realizando a triagem dos donativos — etapa em que são separados itens por categorias a validade dos alimentos são checadas.

Em Portugal, voluntários envolvidos na arrecadação na cidade do Porto contam que o movimento começou com uma mulher que afirmava possuir uma aeronave e que pessoas do Consulado estavam colaborando.

Dias após, o grupo foi informado de que não havia um veículo para o transporte. Nas redes sociais, os voluntários avisam que as arrecadações atingiram o limite e estão encerradas.

“Compramos a ideia sem saber, pois acreditamos que ela já tinha mesmo esse avião. Agora não sabemos o que fazer”, disse uma brasileira voluntária em Portugal. Os brasileiros à frente da arrecadação em Portugal alegam descaso e falta de agilidade do consulado para auxiliar na ação solidária.

Em nota, os Consulados-Gerais do Brasil em Lisboa e Porto afirmam que não têm relação com iniciativas pessoais referentes à doação de bens e valores aos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul e recomendam doações por meios oficiais.


AE - Agência Estado
por AE - Agência Estado
12/05/2024 20:43