Foto: Lauro Alves/Secom


Estrutura provisória montada em Gravataí foi inaugurada nesta quarta-feira (8/5)



Após dois dias de fechamento devido às enchentes que afetaram o bairro Anchieta, em Porto Alegre, a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) retomou as atividades nesta quarta-feira (8/5). A operação foi instalada em uma estrutura montada emergencialmente no Centro de Distribuição da São João, em Gravataí, às margens da Freeway, como parte de uma força-tarefa transversal do governo. A partir desta quinta-feira (9/5), o local funcionará das 9h às 15h.


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O retorno das atividades da Ceasa, que é responsável pela distribuição de 54% dos hortifrutigranjeiros comercializados no Estado, é fundamental na reativação do abastecimento de alimentos à população, especialmente para as vítimas das enchentes. Algumas regiões enfrentam escassez de itens básicos devido aos danos nas rodovias. A retomada da operação também reduz os prejuízos dos produtores permissionários – atualmente são 1579 agricultores, muitos deles tiveram suas lavouras severamente afetadas pelas fortes chuvas. A produção que sobreviveu à instabilidade meteorológica teria que ser descartada caso não fosse vendida.

"Essa abertura provisória evita que os produtores e comerciantes que já estão sendo penalizados pela perda de seus cultivos e produtos não sejam afetados mais uma vez. Também enxergamos nisso uma alternativa para que a população não fique desabastecida", avalia o secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini.

A volta das atividades também é um impulso para a recuperação econômica do Estado. Com as operações reativadas, a Ceasa contribui para o reordenamento da distribuição e para a estabilização dos preços dos alimentos. Atualmente, a central de abastecimento atende a mais de 300 empresas atacadistas, que distribuem mercadorias para centenas de varejistas em diversas cidades.

“O movimento nesse primeiro dia superou as expectativas. Com a iniciativa, retomamos gradualmente o abastecimento de alimentos no Estado, fazendo com que as perdas de produção e financeira dos produtores sejam mitigadas. Além disso, passamos uma mensagem de otimismo para os gaúchos ao mostrarmos que, apesar da tragédia pela qual passamos, o abastecimento de alimentos não vai ficar paralisado”, afirma Carlos de Souza, presidente da Ceasa.


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A inundação no local onde opera a estatal ergueu uma lâmina d’água de 2,70 metros. Segundo Souza, a estrutura provisória deve funcionar por pelo menos 15 dias, até que a situação da sede se normalize e a limpeza dos espaços seja concluída.

Danos mitigados, esperanças renovadas

Sentado ao lado do caminhão no qual armazena brócolis, berinjela, couve-flor e hortifrutis diversos, o produtor Nadir do Santos conta que a reativação da Ceasa foi um sopro de esperança para família. Proprietário de uma chácara em Três Forquilhas, próximo do Litoral Norte, o agricultor familiar lamenta a perda de 70% da colheita com as chuvas, mas celebra o retorno rápido dos espaços de comercialização.

“Hoje vendemos tudo o que sobrou da produção. Se não fosse o retorno da Ceasa, teríamos perdido tudo e ficaríamos sem renda por um bom período, até que conseguíssemos recuperar a plantação”, conta. Segundo Santos, que atua na Ceasa há mais de 24 anos, a família levará em torno de três meses para recuperar o ritmo normal da plantação.

Proprietário da Vogel Embalagens, Marcelo Frare comemora a iniciativa de retomada ágil das atividades da Ceasa, onde atua como permissionário há mais de sete anos. Ele calcula que a empresa deixou de faturar cerca de R$ 70 mil em apenas dois dias sem funcionamento, mas que o prejuízo seria imensurável caso não houvesse a reativação da central de abastecimento. “Se ficássemos parados, o prejuízo seria incalculável, poderia chegar a mais de R$ 200 mil, o que nos deixaria em uma situação muito delicada”, explica.

A vendedora de plantas Aldaisa dos Santos também celebra a retomada das atividades na estrutura provisória, o que evitou a perda de todo o estoque recém adquirido pela empresa, calculado em mais de R$ 100 mil. Com o retorno das vendas, Aldaisa estima reduzir em mais de 50% o prejuízo financeiro. “A gente precisava voltar a trabalhar, essa é a nossa fonte de sustento. Estávamos com medo de ter que jogar fora todos os produtos. Se isso acontecesse, não sei se teríamos fôlego para continuar”, conta.


Secom Piratini
por Secom Piratini
08/05/2024 22:05