Resultado é comparado com o mesmo período do ano passado, quando o embarque do produto nacional registrou recorde histórico.
O Rio Grande do Sul encerrou o mês de março com a maior queda nas exportações de carne de frango e derivados desde janeiro, informou, nesta sexta-feira, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Enquanto o país alcançou o melhor resultado do ano, com 418,1 mil toneladas de produtos in natura e processados enviados ao exterior no período, as indústrias gaúchas tiveram uma retração de 23,4% na comparação com o mesmo mês de 2023, com 56,8 mil toneladas.
A tendência baixista vem desde o final do ano passado. Após as enchentes ocorridas no Vale do Taquari, importante região produtora e beneficiadora avícola, o Estado fechou 2023 com um recuo de 2,13% nas exportações de frango e derivados. Em janeiro de 2024, na comparação com março de 2023, a conta fechou no vermelho em 15,3%. Já em fevereiro, houve uma recuperação, porém, não suficiente para empatar (- 0,5%).
Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o cenário baixista é explicado por um movimento “atípico” do mercado, vivenciado pelo setor no mesmo intervalo do ano anterior.
“Foi o único momento em que a barreira de 500 mil toneladas foi rompida no histórico das exportações de carne de frango. Isto cria uma ideia equivocada em relação ao mês de março deste ano que, na verdade, seguiu dentro do fluxo esperado pelo setor, mantendo-se na média acima de 400 mil toneladas mensais”, diz Santin.
Ainda assim, o Estado permanece no terceiro lugar entre as unidades da federação exportadoras, atrás de Paraná, com 172,3 mil toneladas em março (19,6% a menos do que o total registrado no mesmo período de 2023) e Santa Catarina, com 94,5 mil toneladas (-9,6%). Como consequência, o saldo do País ficou 18,8% menor que em março de 2023, quando foi despachado o volume histórico de 514,6 mil toneladas. Com isso, a receita total dos embarques do mês totalizaram 751,3 milhões de dólares, resultado 23,4% menor que os 980 milhões de dólares.
Os principais destinos foram os Emirados Árabes Unidos, com 40,7 mil toneladas, volume 16,2% superior ao registrado no mesmo período de 2023. Em seguida estão China, com 38,9 mil toneladas (-48,9%) e Arábia Saudita, com 35 mil toneladas (+3,9%). "Temos acompanhado os países do Oriente Médio ganharem mais destaque nos últimos meses, com compras substanciais de carne de frango, em um contexto de incertezas na região", pontua o diretor de Mercados da ABPA, Luis Rua.
No trimestre, as exportações alcançaram 1,2 milhão de toneladas, volume 7,2% inferior ao do primeiro trimestre de 2023, de 1,31 milhão de toneladas.