Cid chegou ao STF na tarde desta sexta-feira (22)
REPRODUÇÃO/GABRIELA COELHO/R7 – 22.03.2024
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi ouvido por um juiz instrutor do gabinete de Alexandre de Moraes, do STF, nesta sexta
No depoimento que prestou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (22), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse que quer manter a delação premiada, confirmou o depoimento, afirmou que não foi coagido pela PF (Polícia Federal) para depor e falou que não fala com nenhum outro investigado. Ele prestou depoimento sobre um áudio no qual fez ataques à PF e ao ministro Alexandre de Moraes e foi preso em seguida.
Na gravação, Cid afirma que a PF o pressionou a relatar fatos que não aconteceram e a detalhar eventos sobre os quais não tinha conhecimento. Ele também critica a atuação de Moraes, dizendo que o ministro faz o que bem entender.
O depoimento no Supremo, nesta sexta-feira, foi dado ao desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Ao ser questionado se reafirma a manifestação voluntária que externou na audiência realizada em 6 de setembro do ano passado, também no STF, Cid respondeu que "sim" e que "a vontade continua sendo a mesma".
O senhor foi coagido em algum momento, por qualquer pessoa ou instituição, a firmar acordo de colaboração?
Para essa pergunta, o tenente-coronel afirmou que "a decisão foi própria, de livre e espontânea vontade".
O senhor deseja manter o acordo de colaboração premiada ou pretende rompê-lo?
Como resposta, Cid disse que tem a intenção de manter o acordo "nos exatos termos que foi celebrado".
Poucos contatos
No depoimento, Mauro Cid foi questionado se está mantendo contato, por qualquer meio, com outros investigados ou interlocutores desses investigados e afirmou que "não".
Poderia nominar as pessoas com as quais tem conversado regularmente?
"Meu irmão Daniel Cid, meu cunhado, minha prima, meu amigo Rafael Maciel, os coroneis Sobral e Lessa, que são mais próximos, eram da minha turma, e o sargento Tiago. Não tenho contato com nenhum político, ninguém do Judiciário, ninguém de núcleo/esfera política."
Preso em seguida
"Após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premida, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes contra Mauro Cid por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça. Mauro Cid foi encaminhado ao IML [Instituto Médico Legal] pela PF", informou o STF.