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O Brasil vive uma explosão de infecções pelo vírus. Até a terça-feira (13), foram registrados cerca de 512 mil casos prováveis da doença, em comparação a pouco mais de 128 mil no mesmo período do ano passado
Indivíduos infectados com o vírus da dengue podem não manifestar quaisquer sinais da doença. Esses casos assintomáticos de dengue têm gerado preocupação entre os especialistas, que enfatizam a importância do uso de repelentes.
O Brasil está enfrentando um aumento significativo nos casos de dengue no início de 2024. Até a última terça-feira (13), foram registrados 512.353 casos prováveis de dengue desde o início do ano. Esse número representa um quadruplicar em relação ao mesmo período do ano anterior, que contabilizou 128.842 casos prováveis. Além disso, foram registrados 75 óbitos pela doença, enquanto 340 mortes estão sob investigação. O coeficiente de incidência da dengue no país, atualmente, é de 252,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
De acordo com especialistas da Fiocruz, aproximadamente 50% dos casos são assintomáticos, contribuindo para a rápida propagação do vírus, conhecida como transmissão silenciosa.
No caso de indivíduos assintomáticos, o vírus da dengue circula pelo corpo. Se essas pessoas forem picadas por um mosquito Aedes aegypti, o inseto se contamina e, após sete dias, torna-se capaz de transmitir a doença. Somente as fêmeas desse mosquito podem picar seres humanos e transmitir a doença. Cada fêmea coloca cerca de 100 ovos a cada quatro dias, e a expectativa de vida média do mosquito em ambientes urbanos é de um mês.
Diante desse cenário, é crucial aumentar os cuidados preventivos. O uso de repelentes é recomendado para todos, inclusive para aqueles que estão atualmente infectados pelo vírus.
“É importante usar só os repelentes que tenham o selo da Anvisa, que são recomendados, e usar pelo tempo que é recomendado em cada um desses produtos diferentes”, afirma Denise Valle, pesquisadora da Fiocruz.
Outras medidas de proteção incluem o uso de roupas compridas, apesar do calor. As ações preventivas não devem ser apenas individuais, mas também coletivas.
“O que a gente faz é com controle mecânico, o que significa identificar e eliminar os criadouros na sua casa e nos ambientes públicos também.”, explica Denise.
É importante ressaltar que metade dos casos são sintomáticos, com pacientes apresentando febre alta, dor e manchas vermelhas pelo corpo. Indivíduos com suspeita de dengue devem buscar assistência médica o mais rápido possível para evitar complicações, como observado nos polos municipais de atendimento de dengue no Rio de Janeiro, que estão atualmente sobrecarregados.