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A decisão do Supremo Tribunal de Justiça significa que María Corina Machado não pode registrar a sua candidatura para as eleições marcadas para o segundo semestre de 2024
Os Estados Unidos estão revendo a política de sanções contra a Venezuela após o tribunal local impedir a candidatura presidencial da líder da oposição María Corina Machado. As informações foram repassadas pelo Departamento de Estado americano no sábado (27).
A decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela significa que Machado, uma engenheira industrial de 56 anos, não pode registrar a sua candidatura para as eleições presidenciais marcadas para o segundo semestre deste ano.
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“Os Estados Unidos estão atualmente a revendo a política de sanções à Venezuela, com base neste desenvolvimento e nos recentes ataques políticos aos candidatos da oposição democrática e à sociedade civil”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em um comunicado.
Os Estados Unidos aliviaram as sanções petrolíferas ao país exportador de petróleo em outubro, depois que o governo do presidente Nicolás Maduro assinou um acordo com a oposição sob o qual Caracas assumiu o compromisso de realizar eleições presidenciais livres e justas em 2024.
Miller disse que a ação do tribunal foi uma “decisão profundamente preocupante” que contrariava os compromissos assumidos por Maduro de permitir que todos os partidos selecionassem os seus candidatos para as eleições presidenciais.
Maduro disse nesta semana que o acordo com seus oponentes estava em perigo de colapso depois do que ele disse que estava sofrendo uma “conspirações”.
Entenda
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela confirmou a proibição da presidenciável María Corina Machado para ocupar cargos públicos por 15 anos.
A confirmação veio nesta sexta-feira (26), após uma série de decisões da Corte sobre outros políticos venezuelanos. Henrique Capriles, uma das principais vozes da oposição, também teve confirmada sua proibição de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos. Leocenis García e Richard Mardo, por sua vez, tiveram suas inabilitações canceladas.
As decisões do TSJ que barram María Corina Machado e outros políticos do pleito eleitoral são consideradas injustas por políticos e ativistas venezuelanos. Eles acreditam o regime utiliza estas sentenças como ferramenta para punir e retirar da cena política as principais figuras da oposição, deixando o caminho livre para a consolidação de Nicolás Maduro no poder.