Emater/Divulgação
Esse aplicativo permite o cálculo do balanço das emissões de gases de efeito estufa, fornecendo dados essenciais para a adoção de práticas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente
A Emater/RS-Ascar está contribuindo com o futuro da produção de erva-mate no Rio Grande do Sul através da implementação de seis Unidades de Referência Tecnológica (URT) em áreas estratégicas. O diferencial do projeto é a utilização de uma ferramenta inovadora desenvolvida pela Embrapa Florestas, o aplicativo-calculadora "Carbon Mate". Esse aplicativo permite o cálculo do balanço das emissões de gases de efeito estufa, fornecendo dados essenciais para a adoção de práticas agrícolas mais amigáveis ao meio ambiente.
As localidades escolhidas para a implantação das URTs foram estrategicamente distribuídas, contemplando uma propriedade em Itatiba do Sul, uma em Áurea e outra em Gaurama, no Polo Ervateiro do Alto Uruguai, e três em Machadinho, no Polo Ervateiro do Nordeste Gaúcho, nas áreas administrativas dos escritórios regionais de Erechim e Passo Fundo. O objetivo é oferecer aos produtores locais um ambiente de experimentação e aprendizado, promovendo o intercâmbio de conhecimentos entre técnicos e agricultores, bem como quantificar o fluxo de carbono nos plantios de erva-mate.
A parceria com a Associação de Produtores de Erva-mate de Machadinho (Apromate) e Fundação Solidariedad fortalecem o trabalho conjunto em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva da erva-mate. A Apromate, representando os produtores, contribui com sua expertise no cultivo da erva-mate, enquanto a Fundação Solidariedad traz a perspectiva social e sustentável para o projeto.
Para o Assistente Técnico da Emater/RS-Ascar em Erechim, Luiz Ângelo Poletto, esta iniciativa é importante para manter o produtor no campo, propiciar aumento de produtividade e produção da erva-mate de forma mais sustentável, proporcionando uma alternativa futura de renda através da venda do crédito de carbono produzido.
Já o assistente técnico da Emater-RS-Ascar em Passo Fundo, Ilvandro Barreto de Melo, enfatiza que é necessário ter muita calma. Antes de mobilizar os produtores para essa ótica comercial, é necessário se respaldar em metodologia confiável que aponte a real capacidade da captação do carbono pela erva-mate, em seus diferentes sistemas de implantação e manejo.
O “Carbon Mate” passa ser uma ferramenta referencial para a credibilidade e a informação segura desses dados. As URTs servirão para isso, comprovar a já reconhecida capacidade que a erva-mate tem de sequestrar o carbono, mas a quantidade sequestrada em cada situação ainda é uma incógnita. A iniciativa irá quantificar esse valor e, a partir daí poderá se estruturar uma estratégia mercadológica.
“Não existem milagres nem facilidades. É um processo de construção que ainda precisa de estudos detalhados e confiáveis. Essa parceria é uma grande oportunidade”, pontua Melo.
Para o Coordenador Estadual do Projeto ABC+ na Emater/RS-Ascar, Elder Dal Prá, “o projeto está alinhado com as tendências globais de agricultura sustentável e a expectativa é de que os resultados obtidos nessas Unidades de Referência Tecnológica sirvam como base para a disseminação de práticas inovadoras e sustentáveis em todo o Rio Grande do Sul”.