Fase inicial da reunião discute perspectivas da economia

ADRIANO MACHADO/REUTERS - 22.03.2022


Analistas do mercado financeiro preveem nova redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, de 12,75% para 12,25% ao ano


Após reduzir a taxa básica de juros nos últimos dois encontros, o Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), volta a se reunir nesta terça-feira (31) para a reunião que deve resultar na redução da taxa Selic ao menor patamar em um ano e meio.

Segundo expectativas sinalizadas pelo mercado financeiro, a taxa básica de juros deve recuar 0,5 ponto percentual pela terceira vez seguida, de 12,75% para 12,25% ao ano, o menor nível desde março de 2022 (11,75% ao ano).

Nesta terça-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.

Na ata da última reunião, quando decidiu cortar a Selic para 12,75% ao ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizou a previsão de novos cortes de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros para os próximos meses. No entanto, o grupo diz ser pouco provável elevar o ritmo de corte dos juros básicos.

"O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionaria prospectiva", avalia o documento.

Para os próximos anos, o mercado financeiro espera pela manutenção dos cortes de juros. As previsões mais recentes, no entanto, estimam que o ciclo de queda da taxa básica de juros será menos intenso, com a chegada da Selic a 9,25% ao ano em 2024 e 8,75% ao ano, em 2026.


Selic

A taxa básica de juros é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, é a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo a empresas ou consumidores em forma de empréstimos, ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando os juros básicos são reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

  •  Do R7