Foto: Gustavo Mansur/Secom
Nesta primeira oferta, serão disponibilizadas mil vagas.
O governador Eduardo Leite sancionou, na manhã dessa quarta-feira (4), a lei que cria o programa Professor do Amanhã. O projeto de lei, que concede bolsas para formação de docentes em cursos de licenciatura, foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e representa uma pauta estratégica do governo. Nesta primeira oferta, serão disponibilizadas mil vagas.
O programa será coordenado pelo GPE (Gabinete de Projetos Especiais), que tem à sua frente o vice-governador Gabriel Souza, e executado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia. O objetivo é formar docentes em áreas importantes para o fortalecimento da educação básica no Rio Grande do Sul.
A iniciativa é inédita no Brasil e concederá bolsas mensais de permanência de R$ 800 aos alunos, além de outros R$ 800 para a instituição comunitária de ensino superior como forma de custeio da vaga. A previsão é de que o programa receba R$ 57,6 milhões em investimentos até 2026. Os cursos serão oferecidos em áreas estratégicas.
O governador ressaltou a importância do programa para contribuir com a formação de profissionais qualificados e aumentar a atratividade da carreira, buscando melhorar a capacitação do corpo docente do Estado.
“Professores bem-preparados são a espinha dorsal de qualquer sistema educacional de qualidade, e é isso que precisamos”, assegurou. “Investir em programas que promovam a formação contínua, a valorização da carreira docente e o acesso a recursos educacionais atualizados não apenas atrai profissionais talentosos para a área, mas também eleva o padrão de ensino, beneficiando diretamente os alunos.”
Conforme a secretária da Educação, Raquel Teixeira, o Rio Grande do Sul enfrenta um problema que se estende por todas as unidades da federação, relativo à baixa procura por cursos de licenciatura e de pedagogia.
Edital
Um edital para selecionar propostas de instituições comunitárias de ensino superior sediadas no Estado deve ser lançado em breve, para distribuir as mil vagas. Para participar, as instituições interessadas devem apresentar projetos com currículos inovadores, voltados à formação de docentes conforme a Base Nacional Comum de Formação Inicial (BNC-FI) e a Base Nacional Comum Curricular.
Também devem abordar as denominadas competências para o século 21: pensamento computacional, pensamento projetual e criativo, empreendedorismo, comunicação e domínio de tecnologias.
Além de ter uma carga horária mínima de 3,2 mil horas, os cursos devem ser presenciais. A nota mínima exigida no Conceito Preliminar de Curso, componente do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, é igual a 3. As propostas ainda precisarão prever ações com edtechs (startups da área de educação) com desafios, estágios e vivências em ambientes de inovação.
Para ter direito à bolsa, o aluno deve atender a alguns critérios, como ter cursado o Ensino Médio completo em escolas da rede pública ou em instituições privadas como bolsista integral; ser professor efetivo da rede pública estadual e não ter diploma de graduação; e ter participado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) do ano anterior, obtendo média mínima de 400 pontos.
Outra exigência será a de realização de estágio probatório em escolas públicas a partir do segundo semestre do curso. Após o término da graduação, ao menos 1.920 horas de atividades docentes deverão ser exercidas na rede pública estadual. Para isso, eles serão automaticamente inscritos no cadastro de contratações temporárias, devendo indicar a Coordenadoria Regional de Educação de sua preferência.