Roque de Sá/Agência Senado
Medidas incluem aumento de tarifas de importação e investigação de suposta triangulação na entrada de produtos da Argentina e do Uruguai.
Medidas de apoio a produtores de leite serão anunciadas pelo governo federal durante a Marcha das Margaridas, nesta quarta-feira, em Brasília, conforme prometido pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, após reunião com líderes do setor. A promessa partiu do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que nesta terça se reuniu com lideranças do setor, como o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, e o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, deputado Heitor Schuch (PSB-RS).
Entre as medidas esperadas, o aumento das tarifas de importação de manteiga e queijo para 18% e a abertura, pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), de uma investigação sobre a possível prática de triangulação na entrada de produtos procedentes da Argentina e do Uruguai, de acordo com as assessorias de imprensa da Fetag-RS e do deputado gaúcho. Na reunião, também ficou definida a criação de um grupo de trabalho que, em 30 dias, vai apresentar um programa de aumento de produtividade na cadeia leiteira.
Essas ações se darão em resposta a dificuldades enfrentadas pelos pecuaristas em razão da disparada das importações de leite e derivados do Mercosul – itens que conseguem entrar no Brasil com preços inferiores aos produzidos localmente. De janeiro a julho deste ano, o Brasil importou cerca de 135,5 mil toneladas de leite, creme de leite e lácteos (exceto manteiga e queijo), um salto de 211,8% na comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com dados do governo federal. O maior volume veio da Argentina e do Uruguai.
O ministro também disse que o governo vai liberar recursos para compras públicas de leite pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em valor a ser divulgado pelo presidente Lula nesta quarta. Esse anúncio havia sido prometido pelo presidente da estatal, Edegar Pretto, para a semana passada, mas acabou sendo adiado.
O presidente da Fetag-RS cobra do governo o controle na importação de leite em pó do Mercosul. “É indispensável que se elevem as tarifas de importação ou que se deem subsídios para os produtores, assim como acontece na Argentina”, destacou Carlos Joel, em comunicado.
