Pesquisadores fazem alerta sobre falta de determinados nutrientes durante a gestação
FREEPIK
Cientistas japoneses identificaram crianças com atraso nas habilidades de comunicação, de resolução de problemas e de coordenação
Um novo estudo realizado no Japão descobriu que a desnutrição materna durante a gravidez, especificamente uma baixa ingestão de fibras alimentares, está associada a um risco aumentado de atrasos no desenvolvimento neurológico em crianças.
Os pesquisadores da Universidade de Yamanashi analisaram dados de mais de 76 mil pares mãe-bebê. Foram aplicados dois questionários: um de frequência alimentar para coletar informações sobre a dieta das mulheres grávidas e o outro para avaliar os atrasos no desenvolvimento de seus filhos quando eles tinham 3 anos.
Os resultados, publicados nesta quinta-feira (27) em um artigo na revista científica Frontiers in Nutrition, revelaram que as mulheres que comeram mais fibras durante a gravidez tiveram filhos com desenvolvimento cerebral mais acelerado.
Por outro lado, crianças cuja mãe tinha baixa ingestão de fibras eram mais propensas a apresentar atrasos em várias áreas da função cerebral, incluindo habilidades de comunicação, de resolução de problemas e de coordenação.
O trabalho destaca a importância da orientação nutricional às gestantes para reduzir o risco de problemas de saúde em seus filhos.
"Nossos resultados forneceram evidências reforçadoras de que a desnutrição durante a gravidez está associada a um aumento no risco de atraso neurodesenvolvimental em crianças", afirmou um dos autores do estudo, o pesquisador Kunio Miyake, que também ressaltou que a ingestão de fibras por gestantes no Japão normalmente é baixa.
Ele estima que apenas 8,4% das mulheres grávidas consomem fibras suficientes.
"Nossos resultados mostram que a orientação nutricional para mães grávidas é crucial para reduzir o risco de futuros problemas de saúde para seus filhos", disse Miyake.
A pesquisa publicada hoje levou em conta a ingestão de ácido fólico durante a gravidez, mas o impacto de outros nutrientes não foi completamente descartado, assim como a ingestão de fibras alimentares por meio de suplementos também não foi investigada.
Esses motivos, segundo os autores, justificam a necessidade de novos trabalhos científicos para avaliar completamente o impacto da fibra alimentar e outros nutrientes no desenvolvimento infantil durante a gravidez.
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda às mulheres grávidas que consumam 25 g de fibras por dia — o equivalente a uma xícara e meia de feijão-preto cozido ou cinco colheres de sopa de aveia em flocos, por exemplo.
As fibras também podem ajudar a manter a regularidade intestinal, prevenir a constipação, reduzir o risco de diabetes gestacional e melhorar a saúde do coração.
Alimentos ricos em fibras incluem:
• frutas — maçã, banana, laranja, uva e pera;
• vegetais — brócolis, couve-flor, espinafre, cenoura e tomate;
• grãos integrais — arroz integral, aveia, quinoa, pão integral e macarrão integral; e
• leguminosas — feijão, lentilha e grão-de-bico.
Psyllium: conheça este suplemento natural que pode diminuir os níveis de colesterol ruim no sangue
O psyllium é uma fonte rica de fibra dietética obtida a partir da casca da semente de uma erva chamada Plantago ovata. Vários estudos mostram benefícios da sua suplementação, principalmente em indivíduos que sofrem de constipação (melhora o trânsito intestinal) ou com níveis elevados de colesterol LDL, o tipo 'ruim', de forma leve ou moderada
Pessoas com constipação e hemorroida se beneficiam do psyllium devido à capacidade dele de amaciar o bolo fecal, quando associado a uma ingestão adequada de líquidos. Também é indicado para o tratamento de alguns casos de hemorroidas
Estudos recentes mostraram potenciais benefícios do psyllium para pessoas que sofrem de hipercolesterolemia, que é o aumento dos níveis de gordura no sangue
Um trabalho conduzido por pesquisadores do Instituto de Ciências Médicas da Escola de Medicina da Universidade Jiaotong de Xangai, na China, publicado no European Journal of Clinical Nutrition, demonstrou que a ingestão diária de 3 g a 20,4 g de psyllium por dia foi associada à redução dos níveis de colesterol LDL
Outra pesquisa, com adultos, revelou que ingerir 5,1 g de psyllium duas vezes ao dia reduziu em 4,7% e 6,7% os níveis de colesterol total e LDL, respectivamente, após 26 semanas
Os pesquisadores concluíram que 'o psyllium pode produzir efeito de redução do colesterol sérico, a depender da dose e do tempo, em pacientes com hipercolesterolemia leve e moderada e seria útil como adjuvante da terapia dietética para o tratamento da hipercolesterolemia'
Em crianças e adolescentes, uma revisão de estudos concluiu que a suplementação de psyllium reduziu entre 2,78% e 22,8% os níveis de concentração de colesterol LDL no sangue
Agências de saúde dos Estados Unidos consideram o psyllium seguro para a maioria das pessoas, 'quando tomado com bastante líquido' — é sugerida a ingestão um copo de água (200 ml) para cada 3 g a 5 g de casca ou 7 g de semente. A recomendação é começar com uma dose baixa e aumentá-la progressivamente
Pacientes em tratamento com carbamazepina, lítio, metformina, olanzapina, digoxina ou etinilestradiol devem consultar seu médico antes de fazer a suplementação, já que pode haver interações que prejudiquem a eficácia dos medicamentos