Brasil ganhou 193 milhões de habitantes em 150 anos

DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO - 21.05.2014


Brasil ganhou 12.262.757 habitantes entre 2010 e 2022, o equivalente a um aumento geométrico de 0,52% ao ano


O ritmo de crescimento populacional no Brasil manteve a tendência de queda iniciada na década de 1970 e avançou apenas 6,45% entre 2010 e 2022. Com o menor aumento da história, chega a 203.062.512 o total de residentes em território nacional, segundo dados do Censo Demográfico 2022 revelados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No período de 12 anos, a taxa de crescimento geométrico foi de 0,52% ao ano e fez a população nacional ganhar 12.262.757 habitantes. Trata-se da evolução mais baixa desde a apurada entre as décadas de 1940 e 1950 (10.708.082).


O último crescimento populacional absoluto em ritmo maior do que o da década anterior foi contabilizado pelo Censo de 1991, quando foram adicionadas 27.822.769 pessoas a seu quadro de residentes, ante alta de 25.863.669 apurada de 1970 a 1980.

O IBGE explica que a população brasileira apresentou, até a década de 1940, altos níveis de fecundidade e mortalidade, e o ritmo do crescimento populacional aumentou e apresentou seu maior pico na década de 1950, com taxa média de crescimento anual de 2,99%.

"No começo dos anos 1960, inicia-se lentamente o declínio dos níveis de fecundidade, e, a partir de 1970, já é possível verificar, por meio dos dados dos censos demográficos, a redução do crescimento populacional", mostra o estudo.

No período de 150 anos, o volume populacional brasileiro registrou 193,1 milhões de novos habitantes. Em termos absolutos, os maiores incrementos foram observados entre 1970 e 1980, com um crescimento de 27,8 milhões de pessoas.

Entre todos os residentes no Brasil, cerca de 58,9 milhões moram em cidades com mais de 500 mil habitantes, e outros 56,7 milhões, em cidades com população de 100  mil a 500 mil habitantes. Na sequência, aparecem as localidades que têm entre 20 mil e 50 mil habitantes (32 milhões) e 50 mil e 100 mil habitantes (23,4 milhões).

Na análise entre as grandes regiões brasileiras, houve queda na participação relativa da população residente no Sudeste (de 42,1% para 41,8%) e no Nordeste (de 27,8% para 26,9%). Por outro lado, o Centro-Oeste (de 7,4% para 8%), o Sul (de 14,4% para 14,7%) e o Norte (de 8,3% para 8,5%) tiveram evolução em seu número de habitantes.

No estudo, o IBGE observa que houve um crescimento populacional relativamente maior nas regiões Norte e Centro-Oeste ao longo das últimas décadas. O Sul, que também apresentou aumento relativo na participação de sua população, reverteu a tendência de redução na participação total observada até 2010.

Mesmo com a leve queda do volume de residentes do Sudeste nos últimos 12 anos, os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro se mantêm como os mais populosos do país, com 44,4 milhões, 20,5 milhões e 16 milhões de habitantes, respectivamente.

Censo 2022

Inicialmente programado para ser coletado em 2020, o Censo Demográfico foi adiado devido à pandemia do coronavírus. No ano seguinte, sofreu novo adiamento, por falta de orçamento. Após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), o governo federal liberou os R$ 2,3 bilhões necessários para a realização da operação censitária.

O estudo, realizado a cada dez anos, é essencial para mostrar uma fotografia detalhada dos brasileiros e as principais características socioeconômicas do país. Os dados divulgados nesta quarta-feira (28) representam apenas o primeiro recorte do levantamento.

Para a coleta do Censo 2022, foram realizadas 62,4 milhões de entrevistas básicas (26 questões) e 7,8 milhões de questionários ampliados (77 questões), fruto de 68,7 milhões de entrevistas presenciais, 362.563 preenchimentos online e 412.725 coletas por telefone. A recusa para participar do estudo superou 1 milhão de domicílios.


  •  Do R7