Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O Ministério da Fazenda havia alertado a Previdência Social de que a decisão iria ser um tiro no pé: ao invés de ampliar a oferta de crédito, iria reduzir as linhas do consignado
Bradesco, Itaú e pelo menos outras 4 instituições financeiras anunciaram a suspensão das linhas de crédito consignado para aposentados do INSS. A ação ocorre após de o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduzir as taxas máximas de juros dessa modalidade de 2,14% para 1,70%.
Os bancos afirmam, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que não têm condições de pagarem os custos de captação de clientes com as novas taxas determinadas pelo órgão ligado ao Ministério da Previdência.
89% do consignado de aposentados do INSS é concedido por bancos privados. Caixa e Banco do Brasil atuam em 11% e já cobravam taxas acima dos 1,70% definidos como teto na última segunda-feira (13).
Segundo informou o blog, em parceria com Julia Duailibi, o Palácio do Planalto viu a decisão do CNPS como mais uma medida tomada sem passar pelo núcleo do governo. Na terça-feira (14), o presidente Lula repreendeu ministros e integrantes do governo que tomam decisões sem consultar a Casa Civil.
O Ministério da Fazenda alertou a Previdência Social, antes da reunião de segunda, de que a decisão iria ser um tiro no pé: ao invés de ampliar a oferta de crédito, iria reduzir as linhas do consignado.
O custo de captação de clientes é maior em especial no interior do país. Há uma norma do Banco Central que proíbe que bancos ofereçam linhas de crédito que sejam deficitárias.