Tradicional político do MDB passava por tratamento de câncer e estava internado
Morreu no fim da noite desta segunda-feira o político e ex-ministro Eliseu Padilha. A informação foi confirmada por familiares ao Correio do Povo. Aos 77 anos, ele passava por tratamento de um câncer no Hospital Moinhos de Vento e estava internado com quadro grave desde a semana passada, conforme informou a família.
Padilha deixa sua esposa Simone Camargo e o irmão João Padilha. Ele tinha seis filhos - Christiane, Aline, Robinson, Taoana e Elena - e cinco netos - Catherine, Victor, Letícia, Gabriella e Rafael.
O velório será realizado na quarta-feira, das 10h às 17h no Palácio Piratini e será aberto ao público. Posteriormente, o corpo será conduzido ao Angelus Memorial e Crematório para cerimônia restrita aos familiares.
Eliseu Lemos Padilha nasceu em Canela, Rio Grande do Sul, no dia 23 de dezembro de 1945. Formado em Direito, Padilha se filiou ao PMDB (atual MDB) em 1966. Pelo partido, foi prefeito de Tramandaí (RS), presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), deputado federal por quatro mandatos, entre 1995 e 2011. Além dos mandatos no legislativo, teve a vida política marcada por assumir cargos importantes no Executivo, tanto em âmbito estadual como federal.
Em 1995, assumiu a secretaria estadual do Trabalho, Cidadania e Assistência Social, durante o governo de Antonio Britto. Na esfera federal atuou em diversos governos. Foi ministro dos Transportes entre 1997 e 2001, no governo FHC, ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil em 2015, no governo Dilma Rousseff e, já no governo Temer foi ministro chefe da Casa-Civil.
Foi o responsável pela pasta de maio de 2016 até o encerramento do governo. Além disso, por uma semana, ocupou de forma interina o Ministério do Trabalho, em 2018, acumulando as duas funções. Em uma de suas últimas aparições públicas, Padilha prestigiou a posse de Vilmar Zanchin como presidente da Assembleia Legislativa, no final de janeiro deste ano.
Em janeiro de 2019, passou por um autotransplante de medula para o tratamento de um mieloma múltiplo. Em março de 2017, Padilha passou por cirurgia para retirada da próstata no mesmo hospital.
Também em 2017, o ex-ministro foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) como integrante do que ficou conhecido como "Quadrilhão do MDB", suposta organização criminosa liderada pelo ex-presidente Michel Temer, principal liderança do partido à época. Ele foi absolvido em primeira instância em maio de 2021 pela 12ª Vara Federal do Distrito Federal. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) confirmou a decisão em março deste ano.
Homenagens
Em 2015, Padilha foi condecorado com a Medalha do Mérito Farroupilha, a maior honraria concedida pelo Parlamento gaúcho. No ano seguinte teve aprovado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o título de Cidadão de Porto Alegre.