A polícia apreendeu mais de 17 mil comprimidos e localizou o laboratório de produção da droga
A Polícia Civil (PC) realizou a maior apreensão de ecstasy da história da instituição na noite de quinta (2/3). Denominada de Operação Albuquerque, a ação foi realizada pela 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (DIN), do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).
A investigação, que teve início há dois meses, levou à prisão, nas últimas semanas, de alguns entregadores de drogas sintéticas. A PC constatou um aumento significativo da circulação desse tipo de entorpecentes na região metropolitana de Porto Alegre, não estando a venda deles restrita a eventos e festas. Isso aumentou a suspeita sobre a existência de um local onde a droga pudesse estar sendo produzida.
A Operação Albuquerque teve início com a prisão em flagrante de um dos integrantes do grupo, que estava realizando uma entrega de comprimidos em uma motocicleta. Em seguida, a equipe se deslocou para o local na Zona Norte de Porto Alegre que vinha sendo monitorado, por haver suspeitas de que seria usado para armazenar drogas.
No imóvel, foram apreendidos 17.237 comprimidos de ecstasy, 25 porções de metilenodioximetanfetamina, ou MDMA, (composto principal da psicotrópico), 3.300 cápsulas para produção da droga, além de diversos outros produtos químicos e equipamentos de proteção individual utilizados em laboratórios. A PC estima que o prejuízo causado ao crime organizado chegue próximo a R$ 2 milhões, já que cada unidade da droga era vendida por valores entre R$ 50 e R$ 100.
O Chefe da Polícia Civil, Fernando Sodré, disse estar muito orgulhoso do trabalho realizado pelo Denarc. “A maior apreensão de ecstasy da história que foi realizada hoje, após uma sequência de outros trabalhos de excelência, com investigação criminal qualificada e diversas apreensões de drogas já realizadas, enaltece o nome da Polícia Civil gaúcha, demonstrando a dedicação dos nossos policiais, delegados e agentes, para proteger a sociedade gaúcha”, destacou.
O delegado Gabriel Borges explicou que o ecstasy vendido no Rio Grande do Sul, historicamente vinha sendo produzido em Santa Catarina. “Mas as investigações mostraram que havia produção em larga escala da droga na região metropolitana da capital”, detalhou. Borges ainda destacou que o Denarc cumpriu o seu papel: “Retiramos uma grande quantidade de entorpecentes das mãos do crime organizado, a partir de investigações qualificadas.”
A operação faz parte da estratégia da PC, que busca intensificar a presença do Estado em áreas conflagradas pelo tráfico de drogas, com foco na descapitalização das organizações e na responsabilização criminal das lideranças. A investigação terá continuidade, a fim de identificar outras pessoas envolvidas.
O diretor-geral do Denarc, Carlos Wendt, disse que o foco do departamento tem sido a apreensão de drogas sintéticas, o que já levou à retirada de dezenas de milhares de comprimidos de ecstasy das ruas nos últimos anos. Já o diretor do DIN, Alencar Carraro, lembrou que o departamento está comprometido com a realização de grandes apreensões de drogas, armas e dinheiro, a partir de investigações altamente qualificadas e técnicas. “Dessa forma, é possível reduzir o poder das organizações criminosas”, completou.