Responsável foi preso durante ação em conjunto com Polícia Federal e Ministério do Trabalho e Emprego | Foto: PRF / Divulgação / CP
As vítimas, a maioria provenientes da Bahia, foram contratadas para o trabalho de colheita da uva e abate de frangos na região.
Mais de 100 trabalhadores nordestinos em condições análogas à escravidão foram resgatados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Serra. A ação foi realizada em conjunto com a Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na noite dessa quarta-feira no bairro Borgo, em Bento Gonçalves. As vítimas, a maioria provenientes da Bahia, foram contratadas para o trabalho de colheita da uva e abate de frangos na região.
Eles relataram diversas situações que sofriam, como atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e alimentos estragados, além de serem coagidos a permanecerem no local sob pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho. Esses homens foram recrutados para trabalhar a partir de fevereiro no Rio Grande do Sul, mas encontraram uma situação diferente das prometidas pelos recrutadores.
A descoberta ocorreu após três trabalhadores procurarem a Unidade Operacional da PRF em Caxias do Sul e informaram que tinham acabado de fugir de um alojamento onde eram mantidos contra a vontade. Os policiais rodoviários federais acionaram então o MTE e a PF para confirmar a denúncia. Os trabalhadores estavam em alojamento em condições degradantes.
O responsável pela empresa foi preso e encaminhado para a Polícia Federal em Caxias do Sul. Ele tem 45 anos de idade, sendo natural de Valente, na Bahia. A empresa possui contratos com diversas vinícolas da região. O MTE analisará agora individualmente os direitos trabalhistas de cada trabalhador para a buscar a devida compensação financeira.