A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) é cogitada para assumir o NBD

FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL


Atualmente, a instituição é comandada por Marcos Troyjo, indicado na gestão de Jair Bolsonaro; órgão tem sede em Xangai (China)


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem articulado para que o presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Marcos Troyjo, renuncie ao cargo, sem terminar o mandato, que vai até 2025. Um dos nomes cogitados pelo governo para chefiar a instituição é o da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Troyjo foi nomeado presidente do NBD em 2020, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele atuava como secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, chefiado pelo então ministro Paulo Guedes.

O NBD tem sede em Xangai, na China, e foi criado em 2014, durante a 6ª Cúpula dos Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, com o objetivo de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nesses países.

Para Dilma Rousseff assumir a presidência do banco dos Brics, o nome precisa ser validado pelo conselho de governadores. Não há, ainda, data para análise. Procurada pela reportagem, a petista disse que não vai comentar o caso. O Ministério da Economia informou, também, que não vai se pronunciar.

A instituição é um dos primeiros resultados concretos do bloco e tem o objetivo de se tornar importante fonte de financiamento para emergentes. Desde a fundação, cerca de 80 projetos já foram aprovados, o que totaliza um portfólio de 30 bilhões de dólares.

Em 2019, por exemplo, o Brasil recebeu 621 milhões de dólares do NBD. Nos três primeiros anos de operação da instituição, foram aprovados quatro projetos brasileiros que abrangem as áreas de energia renovável (eólica, solar e hidrelétrica), construção de estradas, reconstrução de rodovia férrea, esgotamento sanitário, telecomunicações e refinarias da Petrobras.

Já em 2021, o NDB desembolsou ainda R$ 5,42 bilhões para o governo brasileiro para apoiar o combate à Covid-19 e seus impactos socioeconômicos no país. O financiamento já tinha sido aprovado no ano passado, mas ainda faltavam os ritos processuais para a liberação dos recursos.

O empréstimo está aberto a qualquer país que seja membro das Nações Unidas. O banco é administrado por um conselho de administração e por um conselho de governadores, ambos compostos de cinco assentos, cada um ocupado por um país fundador. Juntas, as nações do Brics têm uma participação de 33% no produto global, 42% da população mundial e 43% de contribuição no crescimento do produto global, segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) para 2018.



  •  Plínio Aguiar, do R7, em Brasília