Randolfe Rodrigues no plenário do Senado; ele é alvo de denúncia no Conselho de Ética

GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO


O pedido para instaurar um procedimento disciplinar no Senado foi protocolado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)


O líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), é alvo de um pedido de abertura de inquérito no Conselho de Ética do Senado por causa do episódio que envolveu o youtuber Wilker Leão. Randolfe tomou o celular da mão do influenciador por não ter concordado com uma pergunta feita a ele. A denúncia foi apresentada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que alegou "prática de conduta totalmente dissociada da atuação parlamentar".

O caso ocorreu em 2 de fevereiro, quando Randolfe reagiu a uma pergunta sobre assédio político, tomando o celular da mão do youtuber. Na denúncia, Flávio descreve a conduta do líder do governo como "autoritária" e "usando de violência". 

"O denunciado, com o propósito de coibir violentamente a liberdade de expressão de pessoa que o questionava sobre sua atuação parlamentar, empregou tamanha violência — a ponto do ofendido não possuir mais meios de oferecer resistência física — para então se assenhorar de forma ilegítima de seu aparelho", descreve Bolsonaro no pedido protocolado no Conselho de Ética. 

Na requisição, Flávio pede, além da abertura de inquérito, que a Mesa Diretora seja oficiada e que o caso seja submetido ao plenário do Senado. "A postura do denunciado é censurável sob os aspectos ético e disciplinar, eis que totalmente dissociada de justa causa e destinada a propósitos não autorizados em lei", completa Flávio. 

O caso repercutiu nas redes sociais. Wilker postou as gravações em seus canais pessoais. No momento, o youtuber questiona um projeto de lei de autoria de Randolfe que propõe, entre outros pontos, condenar quem "assediar alguém publicamente, de forma violenta ou humilhante, premido por inconformismo político, partidário ou ideológico". A proposta foi retirada pelo próprio senador em dezembro de 2022.

"O cara quer criminalizar quem cobra político (o que é um direito e dever de todos), mas quando ele é cobrado responde cometendo crimes contra o cidadão, roubando celular e restringindo direitos", escreveu Wilker, pelas redes sociais, após o episódio. 

R7 acionou a assessoria de Randolfe para obter um posicionamento sobre a denúncia ao Conselho de Ética, que não se pronunciou. Sobre o caso, Randolfe usou as redes sociais para se manifestar. Ele disse não se orgulhar do que fez, mas que estava em um dia ruim e no limite.

"Todo dia sou atacado por milícias digitais e físicas que ameaçam e assediam a mim e minha família. Acabei reagindo como um ser humano. Infelizmente, o fato ocorreu, e faço questão de não me manter no erro", o líder.



  •  Bruna Lima, do R7, em Brasília